sábado, 21 de setembro de 2013

I Need A Break

Eu não sou mais a mesma pessoa que eu era quando comecei a escrever um blog há quase três anos.
Sinceramente não sei dizer se mudei pra melhor ou pior, mas não tenho mais tesão em escrever sobre a minha vida num local público onde todos podem ler, te julgar e ver tudo aquilo que você tenta esconder do mundo.
Às vezes é preciso externas certos problemas e escrever sempre se mostrou um ótimo método pra mim, mas ultimamente tenho o feito em um arquivo de Word e guardado numa subpasta, dentro de outra subpasta, numa pasta oculta num submundo qualquer do meu computador. Esse método se mostrou melhor pra mim porque posso escrever tudo que quiser e como quiser, sem me preocupar com a reação de quem vai ler ou como vai distorcer algo que disse para usar contra mim.
Por sinal, outro motivo de ter perdido meu tesão por escrever na internet é isso. Já fui rotulado com tantos adjetivos ruins que ultimamente me limito a usar as redes sociais com o propósito de fazer graça, postar trecho de música e no máximo falar sobre o futebol americano.
Eu acho ridículo viver nessa sociedade do politicamente correto, mas que se guia tanto por estereótipos. Ser chamado de gay por ser à favor de direitos dos homossexuais, e de homofóbico por "ter cara de homofóbico". Ser visto como imbecil acéfalo só porque joga futebol americano e faz academia.
Queria agradecer de verdade a quem lia o Flash Is Away desde o início, quem me cobrava posts e ficava comentando comigo sobre as publicações. Este espaço ajudou muitas pessoas a me conhecerem melhor (até mesmo meus pais) e espero um dia voltar a ter ânimo para escrever algo desse tipo.
Thanks.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Mayhem

Eu desenvolvi uma regra pra minha vida que era de não discutir religião, política e questões raciais na internet. O motivo é bem simples, as pessoas costumam entender as coisas errado, te colocam como idiota. Contudo, essa questão dos protestos pelo aumento das passagens me chamou atenção.
Antes de tudo, devo dizer que acho muito bacana a mobilização popular. Num tempo de acomodação, onde as pessoas acham que compartilhar uma imagem no Facebook é suficiente, ter milhares de pessoas nas ruas é uma grande conquista. Mais legal ainda foi ver nos vídeos que a maioria dos manifestantes pregava o protesto pacífico e não depredou o patrimônio público.
Óbvio que sempre existem os mais exaltados, os exagerados, os que levam bomba, os que tão ali só pra tirar foto e botar em rede social se achando a reencarnação do Che Guevara, mas o que me chama mais atenção nisso tudo é outro ponto.
Jornalista da Folha após participar do UFC SP.
A maioria das pessoas envolvidas nesses protestos critica fortemente o período da ditadura militar e (repito, A MAIORIA) é de esquerda. O curioso é que o governo contra o qual eles protestam se diz de esquerda, e tem atitudes típicas de ditadura. Tem dezenas de vídeos saindo por aí mostrando a tropa de Choque dando tiro em todo mundo, jogando bombas pra tudo quanto é lado, agredindo jornalista e todo mundo vai em cima dos caras. Eles estão errados, óbvio, mas são funcionários seguindo ordens, se querem achar os verdadeiro vilões dessa história, procurem os políticos atualmente no poder.
Outro fato curioso é que essas pessoas que estão no poder foram eleitas pelo povo. Não te dá um certo nojo saber que o Eduardo Paes foi eleito com quase 80% dos votos há menos de um ano? E o Sérgio Cabral? E a aprovação do governo Dilma passando de 50%? É complicado defender um país de gente que vota tão mal, parece que os 20 centavos de aumento na passagem são merecidos, pra que o povo aprenda um pouco.
De tempos em tempos você tem uma arma de protesto valiosíssima em mãos e caga pra isso, vendem voto por qualquer 50 reais, 20, às vezes só uma consulta no SUS. Espero que esses 50 reais ajudem a suprir a diferença da sua passagem agora.
Como atleta, eu costumeiramente treino em complexos militares e tenho de dizer que a organização e a seriedade são invejáveis, arrisco dizer que as únicas coisas que realmente funcionam com disciplina nesse país é o militarismo. Não to dizendo pra gente adotar o militarismo, já o fizemos e não deu certo, digo apenas que não devemos vê-los como o demônio e sim incorporar aspectos positivos de suas ideologias.

Eu não sou de direita, nem de esquerda, não sou comunista, nem porra nenhuma, eu só sou adepto do bom-senso. Todo mundo é revolucionário até chegar ao poder, depois chuta a escada e vira o que quiser, e as pessoas que vocês idolatravam no passado por terem combatido a ditadura tão aí, instituindo uma nova ditadura, só que dessa vez com uma maquiagem bonitinha. Eu sou contra o aumento das passagens, mas me recuso à participar de qualquer manifestação ou evento relativo à isso por não concordar com o pensamento da maioria lá presente.
No mais, aquilo tudo de sempre, não acreditem na Globo, não leiam a Veja, Feliciano não me representa e se faltar tempero na salada, bota só azeite e sal, vinagre não pode.
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Daily Song:
No Church In The Wild - The Throne


quarta-feira, 13 de março de 2013

Time Machine

De vez em quando me assusto quando paro pra pensar na minha vida. Eu moro sozinho há um ano, curso faculdade, vou completar duas décadas de vida e o mais assustador: tenho barba! É estranho ser adulto quando se acha que foi ainda ontem que você brincava de ser KND - A Turma do Bairro e tinha medo de virar adolescente.
A primeira conclusão que eu tiro disso é que os mais velhos estavam certo e bom mesmo era ser criança. Hoje em dia eu que tenho que arrumar minha casa, fazer comida, arrumar a cama, lavar a louça, tenho que estudar, treinar, viajar, fazer a barba, organizar meu dinheiro... Peraí, e aonde entra o tempo pra eu ver meus desenhos no Cartoon Network? (Por sinal, saudades de quando o Cartoon passava desenhos bons).
Bruce Wayne? Eu era o Dark Night antes de ser cool!

A minha infância teve basicamente três fases, a do Pokémon, a do Harry Potter e a do Cavaleiros do Zodíaco, ou seja, sou que nem a enorme maioria das pessoas da minha idade. Eu decorei o nome de todos os Pokémons (os 250 primeiros porque renego a existência dos demais), sabia número, golpes e tudo! Meu gameboy era uma parte do meu corpo, e eu não o soltava nem por um pote de leite condensado. Tá, por um pote de leite condensado eu largava até minha mãe naquela época!
Todas as fases acabaram tendo seu lado positivo de certa forma. Por exemplo, jogar Pokémon me ajudou muito a aprender inglês, Harry Potter me fez apreciar leitura, e Cavaleiros do Zodíaco me ensinou que tudo se resolve na porrada. Ou não.
Charmander used Motherfucking Dragon Rage... but it failed.
Sdds sofrer no Gameboy.

O que eu acho legal é que eu ainda tenho um armário com meus brinquedos mais amados na infância e sempre que o abro parece que entro numa máquina do tempo. Minha idade mental automaticamente abaixa para 9 anos e tudo ali parece voltar a ser tão legal quanto era nessa época. Quando eu vejo, já estou retardadamente brincando com algum boneco ou carrinho.
O complicado é que as crianças de hoje têm se preocupado com coisas muito idiotas e nada infantis. Me dá uma pontada no pâncreas toda vez que eu vejo esses pais que dão iPhone pro filho de dez anos ou quando eu vejo menina de doze anos falando de ir pra night pegar geral. Eu com quinze anos ainda tava mais preocupado em montar maquete de cidade do que com mulher e não vejo vergonha alguma nisso.
De vez em quando é necessário lembrar o nosso lado criança, entrar na tal máquina do tempo e se deixar infantilizar nem que sejam por 15 minutos. Sério, não existe nada no mundo mais legal do que Lego, por isso, sempre procure uma desculpa pra brincar com seu filho, primo, irmão ou até mesmo sozinho. Afinal, quem liga pro que os outros vão achar de um barbudo sentado no chão do quarto brincando de construir casinhas?
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Daily Song:
Yellow - Coldplay

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Barry Bonds*

Quem acompanha e aprecia esportes, assim como eu, deve achar fascinante a evolução do fator humano que tem ocorrido gradativamente nos últimos anos. São raríssimos os recordes mundiais que conseguem se manter por mais de dez anos sem serem quebrados. Os atletas estão cada vez mais rápidos, mais fortes e mais "máquinas".
Inúmeros fatores podem ser atribuidos à essa melhora no desempenho. Os materiais esportivos da atualidade são indescritivelmente superiores aos usados há algumas décadas atrás. Só pensa que o Pelé jogava com uma chuteira que tinha trava de prego e pesava mais do que uma bota de militar e a chuteira do Neymar é feita de fibra de bambu, pesa 150g e faz até gol sozinha se bobear.
Go, Go, Power Rangers!
A maior (e provavelmente única) discussão sobre os limites de até onde o equipamento pode ajudar a performance de um atleta que me recordo foi aquela à respeito dos "Super-Maiôs" da Olímpiada de Pequim. Acredito que a decisão de bani-lo foi correta, mas saibam que os recordes ali quebrados vão demorar uns cem anos pra serem alcançados.
 Contudo, outro fator muito mais preocupante tem feito parte da vida dos atletas e de seus resultados espetaculares: Esteróides! Como atleta, eu sou contra o uso de esteróides e não faria, mas consigo ver claramente os motivos que levam esportistas de todos os esportes a fazerem uso de anabolizantes.
Coloque-se no lugar de um menino pobre com grande talento no basquete, com futuro promissor, capacidade de se tornar um profissional, mas com altura abaixo da média do esporte. Suas opções são simples: Tomar esteróides para crescer e se tornar um atleta bem pago, ou não tomar e tentar a sorte como menino pobre e desfavorecido. Resposta fácil, certo?
O problema de um controle maior sobre anabolizantes por parte das Ligas Profissionais é que o uso é tão exagerado que funcionaria como "um tiro no pé" e prejudicaria significativamente a imagem do esporte.
Quando a Major League Baseball começou a investigar melhor sobre o uso de esteróides por parte de seus jogadores, a coisa ficou realmente feia. Muitos atletas, incluindo aqueles de maior destaque, foram descobertos e tiveram de viver com um eterno asterisco ao lado de seus nomes e conquistas, indicando que fizeram uso de anabolizantes.
Se no baseball, que é um esporte que exige relativamente pouco do físico dos atletas, descobriram-se tanta gente "dopada", imagine quantos descobririam no futebol americano? A National Football League (NFL) tem se preocupado cada vez mais com isso e vem há dois anos tentando incluir testes para HGH (Hormônio de Crescimento Humano), encontrando resistência por parte da Associação de Jogadores.
Brian Cushing é Linebacker do Houston Texans e já foi suspenso por uso de esteróides.

Essa busca por atletas melhores e a consequente evolução física no futebol americano tem gerado consequências diretas na segurança do jogo. Atletas cada vez maiores e mais rápidos se chocam de forma muito mais violenta, o que obviamente eleva significativamente o número e a gravidade das lesões.
Bernard Pollard, jogador de defesa do Baltimore Ravens, deu uma entrevista recente que chocou muita gente. Ele diz que no atual ritmo, eventualmente algum jogador poderá morrer em campo em decorrência dos contatos, e também que por mais que as regras estejam sendo alteradas para aumentar a segurança dos atletas, isto torna o jogo desinteressante e que a NFL não atrairia mais tanta atenção e pode até acabar.
Por mais chocante que sejam suas declarações, Pollard está certo. Jogo num nível muito inferior e já é visível a busca por um preparo físico melhor, e os resultados disso em campo. Felizmente nunca me machuquei seriamente jogando, nunca vi ninguém se machucar jogando, seja ao vivo ou na TV, e espero que continue assim.
A grande dúvida que tenho é a seguinte: Até onde vai o limite da evolução física em cada esporte? Depois de respondido essa, coloca-se em discussão também que caminho tomar após esse limite ser atingido. Teríamos atletas vivendo nos seus limites físicos e mentais ou teriamos um retrocesso?
O tempo nos dirá!
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Daily Song:
Fuck'Em - Rick Ross Ft. 2Chainz & Wale