segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Alexander Supertramp

Falta mais ou menos uma hora pro Reveillon. Eu to em casa, sozinho, de short, no escuro, ouvindo música e escrevendo um texto pra um blog que ninguém mais lê.
É estranho mas tomei uma total antipatia por qualquer festividade e por quase tudo que envolva coletividade. Qual o sentido de passar uma data especial com pessoas que não ligam pra você, que as vezes sequer te conhecem?
Valorizam datas como se a mudança de um algarismo no calendário, ou a cor da roupa que você está usando no momento fosse alterar toda a sua vida. Nada muda até que suas atitudes mudem, e sinceramente, precisamos de muitas mudanças. A certeza de um 2013 diferente reside apenas naqueles que acertaram na Mega-Sena da virada e isso eu posso lhes garantir.

Morar sozinho traz muitas lições. Algumas são boas, como aprender a se organizar e cozinhar, e outras não tão legais, como a banalização do isolamento. Passei tanto tempo sozinho nesse ano que tive chance de refletir sobre assuntos que não conseguia morando com meus pais ou em meio aos amigos. Esse "exílio" faz com que o ser humano amadureça.
Não sei ao certo quantos amigos tenho, nem quantas pessoas sou capaz de cativar por meio de minhas atitudes, mas se pudesse palpitar diria que são menos de dez. Não vejo mais sentido em me esforçar muito pra estar junto de ninguém além destes, sinto que algumas pessoas se mostram tão mesquinhas e imbecis que não merecem receber qualquer tipo de atenção e que algumas delas só se aproximam por interesse, para usar enquanto lhe é conveniente e depois descartar em troca de quem oferece mais benefícios no momento.
Resolvi me importar menos com aqueles que não me conhecem de verdade. Em Outubro, meu time ajudou numa campanha de prevenção ao câncer de mama chamada "Outubro Rosa". Resolvi pintar o cabelo de rosa pra mostrar meu apoio e só Deus sabe o quanto eu ouvi. É frustrante ouvir críticas infundadas sobre algo tão banal como cabelo, que vai crescer novamente e que pode ser novamente pintado a qualquer momento, principalmente quando elas partem de alguém próximo como seus pais. No dia do evento, diversas senhoras da fundação ajudada elogiaram minha atitude, fiquei com sensação de dever cumprido e não me arrependo nem um pouco.
Eu acho essa foto linda, mas aparentemente sou o único. It's called "Peace of Mind"

É impossível viver sozinho, seres humanos nasceram para viver em comunidade. Contudo, a cada decepção imposta pelo mundo, seu limite de isolamento aumenta, até que você não sabe mais o quanto faz questão de ser sociável. Não me considero uma pessoa normal, sou cheio de problemas que muitos não conseguem ver. A maioria deles surgiu nas minhas relações pessoais, desde aquelas com meus pais, até com ex-namoradas, e sinceramente, não me orgulho nada de como tudo isso me influenciou.
Sou um homem de 19 anos que desenvolveu certo desprezo por qualquer relação afetiva, que consegue ser totalmente frio e apático em momentos de calor e totalmente caloroso e afetivo em momentos de frieza. Sou um ser humano que deixou de acreditar na bondade dos seres humanos, mas que ainda assim tem esperança de que se cada um fizesse o bem àqueles ao seu redor viveriamos num lugar muito diferente. Não sou isento de falhas, erro e muito, mas é isso que me diferencia de um robô. Por isso, minhas sinceras desculpas a todos a quem eu servi de mal exemplo.
Caso você tenha lido o texto até aqui, vamos entrar num acordo, não deixe que aquele monte de objetivos que você se colocou para 2013 morram antes do Carnaval. Se você quer emagrecer, passar no vestibular, arranjar uma namorada ou até mesmo "apenas" paz, leve a sério. Nunca faça ou prometa nada na vida se você não estiver realmente disposto a cumprir.
Talvez um dia eu mude, talvez um dia olhe para esta fase apenas como um episódiozinho de rebeldia na minha vida. Talvez. Talvez.

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Daily Song:
Bon Iver - Skinny Love

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