Youth Is Like Diamonds In The Sun.

Todos nós temos características que no conjunto, nos tornam únicos. Eu por exemplo, me apego à coisas materias completamente bestas e também sou aquele aluno que é sempre um dos últimos a chegar no colégio. Chego depois do segundo sinal, quando o portão já está quase fechando e com a coordenadora gritando com sua dócil voz rouca "Tá atrasado Bernardo, já passou de sete e meia, agiliza aí, corre logo".
Numa dessas manhãs, no início do ano, eu tava indo pra minha sala e encontrei um elástico de cabelo caido no chão. Mas não era um qualquer, era um daqueles que custam 30 centavos (se bobear, nem isso tudo) e que duram em média uma semana antes de parecer que foram passar férias em Chernobyl. Eu não tinha a menor ideia de quem era aquele artefato, mas mesmo assim, criei uma simpatia instantânea por ele, talvez por ele estar ali na entrada e todo mundo ter pisado sobre ele, mas não ningué ter se dado o trabalho de pegá-lo, além de mim. Peguei o pobre elástico preto do chão e o coloquei como uma pulseira e até que ficou bonito.
Eu tava afim de comprar uma pulseira há algum tempo, mas obviamente, um elastico vagabundo não era o que eu esperava, e ela acabou ocupando um espaço mesmo não tendo muitos motivos pra estar ali. Simplesmente gostei dela, e ela parecia gostar de mim também. E de vez em quando me perguntavam por que eu usava um elástico de cabelo vagabundo como pulseira e que valor psicológico ela tinha pra mim e eu nunca tinha uma resposta legal pra apresentar.
Provavelmente nessa busca por um sentido praquela pulseira estar ali, eu acabei a usando pra analisar a mim e as pessoas ao meu redor e me comprometi que quando ela sumisse ou arrebentasse, eu faria um texto sobre tudo "que ela me ensinou".

Acho que cheguei a duas principais conclusões. A primeira foi que tendem a julgar as coisas pela aparência. Se fosse um bracelete de diamantes encontrado no chão da rua, provavelmente dariam menos valor e achariam muito mais feio que um elástico de cabelo assinado por um desginer francês. Isso é um fato, todos nós fazemos isso, muitas vezes até sem notar.
A outra é que em certo ponto, você passa a aceitar que aquilo não é eterno, que eventualmente, você vai perdê-la, ela vai arrebentar sozinha, ou alguém vai rasgá-la, e depois, não vai adiantar colá-la ou colocar outra fingindo que é a mesma coisa, tudo que passa ou acontece na sua vida é único e especial de sua forma e em algum ponto, terá fim. Tudo tem seu momento pra ser, é necessário ter paciência em alguns momentos (Sim, eu odeio falar isso!).
Desculpa, esse post realmente é muito idiota, é um tema bem batido e provavelmente tudo que eu te falei você já ouviu de alguém, mas é algo pessoal, extremamente íntimo e que tinha me comprometido a fazer. Estou aprendendo a valorizar as pequenas coisas, os detalhes pois isso que separa o especial do normal, e aconselho você a procurar fazer o mesmo.
Peça mais desculpas, dê mais abraços, dance mais que nem um retardado, e cante sem saber a letra. A vida fica muito, mas muito mais agradável quando se vive assim.
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Daily Song:
Summer - Vanessa James